O
governador Jackson Barreto pediu ontem à Comissão Nacional da Verdade (CNV) que
investigue o 28º Batalhão de Caçadores do Exército, por violação de direitos
humanos. Aquele quartel, no Carnaval de 1976, foi palco da Operação Cajueiro,
que prendeu, torturou, estuprou e causou a cegueira de “militantes que lutavam
pela democracia em nosso país”, justificou.
Em nome da CNV, que apura os crimes cometidos pela ditadura militar (1964-1985), o secretário-executivo adjunto, Marcus Vinicius Lemos, reconheceu formalmente a oportunidade e a relevância da iniciativa do governador Jackson Barreto. “O senhor está fazendo o papel que lhe cabe como governador”, sintetizou, em nome de Pedro Dallari, coordenador da comissão.
“Minha contribuição é para que o Estado não se omita. Que a história de Sergipe
seja contada ao Brasil. Para que nunca mais volte a acontecer, que a tortura
não seja mais instrumento de Estado. E para fortalecer convicções democráticas
de nosso povo", resumiu Jackson Barreto.
A iniciativa do governador veio tão logo soube que as Forças Armadas, a pedido
da CNV, instaurou sindicância para averiguar as denúncias de que instituições militares,
oficiais e clandestinas, foram utilizadas como centros de tortura. A tortura,
física e psicológica, foi utilizada como instrumento de repressão à oposição
durante o período dos generais-presidentes.
Preço alto
Como na lista inicial divulgada não constava o 28º Batalhão, o governador oficiou formalmente à CNV. Num outro ofício, dirigido ao ministro da Defesa, Celso Amorim, Jackson Barreto reforça o pedido de investigação. “Minha geração pagou preço alto na luta pela democracia em nosso país. Não acho correto, agora, sendo governador, me omitir diante daqueles fatos”.
À época deputado estadual, Jackson Barreto foi levado coercitivamente, num Jeep do Exército, até o 28º Batalhão de Caçadores, onde foi submetido a acareação com militantes presos. Foi quando constatou que o grupo estava sendo torturado. "Vi companheiros em estado de trapo humano", relatou o governador, que foi submetido a inquérito militar durante a ditadura.
Como na lista inicial divulgada não constava o 28º Batalhão, o governador oficiou formalmente à CNV. Num outro ofício, dirigido ao ministro da Defesa, Celso Amorim, Jackson Barreto reforça o pedido de investigação. “Minha geração pagou preço alto na luta pela democracia em nosso país. Não acho correto, agora, sendo governador, me omitir diante daqueles fatos”.
À época deputado estadual, Jackson Barreto foi levado coercitivamente, num Jeep do Exército, até o 28º Batalhão de Caçadores, onde foi submetido a acareação com militantes presos. Foi quando constatou que o grupo estava sendo torturado. "Vi companheiros em estado de trapo humano", relatou o governador, que foi submetido a inquérito militar durante a ditadura.
No breve relato que fez a integrantes da CNV, ele lembrou emocionado o caso de Milton Coelho de Carvalho, militante que ficou cego como consequência das sessões de tortura que sofreu. “Conheci de perto a Operação Cajueiro. Sou da geração de todas as vítimas. Tinha obrigação de denunciar, de questionar e de oficiar ao ministro Celso Amorim e à CNV”.
Destacando que não age com espírito revanchista, Jackson Barreto entende que, o resgate histórico e a identificação dos algozes "servirá para reforçar nossas convicções democráticas. Não guardo ódio, mas é preciso apurar". Afinal, reforça sua argumentação, os crimes foram praticados "dentro dos quartéis, com recursos públicos".
Criada por lei federal em 2011, a CNV tem até 10 de dezembro deste ano para entregar à presidenta Dilma Rousseff relatório com a apuração de "graves violações de direitos humanos". Na audiência em Brasília, o governador foi informado de que "os desvios de finalidades de instituições públicas" serão apurados. Agora incluído o batalhão do Exército em Sergipe.
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