Max Augusto/Jornal da Cidade
João Alves Filho – Estou certo de
que tenho o destino de aceitar desafios e não desisto deles. Administrar
Aracaju tem sido um desafio que venho superando a cada dia. E o meu primeiro
ano de governo pode ser definido como uma arrumação de casa e planejamento para
melhorias em nossa cidade. Houve um enorme esforço para liquidar a dívida de R$
150 milhões, dos quais R$ 100 milhões já foram pagos. Pudemos também
contabilizar grandes vitórias como a desativação do lixão, com o trabalho
excepcional da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e uma luta para dar
dignidade aos catadores, o que foi um valoroso passo em prol do meio ambiente,
Aracaju há muito precisava. Além disso, os vários avanços na Secretaria de
Educação, desde o empenho para que crianças aos seis anos sejam alfabetizadas,
além da doação de tablets aos
professores, o pagamento do Piso Salarial na integralidade e um 14º salário aos
diretores de escolas, todas essas medidas para avançarmos no Índice de
Desenvolvimento Básico da Educação, que Aracaju tinha um dos menores. Temos que
destacar também que conseguimos manter nossos compromissos relativamente em
dia. Demos continuidade a muitas obras, iniciamos outras. Os servidores
municipais receberam um aumento de 5%, devido as nossas limitações, queria dar
mais, mas não havia como. Mas em contrapartida conseguimos atender a maioria
das solicitações dos servidores, estamos elaborando a atualização do Estatuto
do Servidor. E não podemos esquecer que muitos municípios brasileiros não
puderam nem chegar a esse índice de reajuste. Em contrapartida implantamos a
Comissão Permanente de Negociação para discutir e tentar melhorar a situação
dos servidores municipais e estamos quitando uma dívida de R$ 6 milhões, cuja
primeira parcela já foi paga. Então de uma forma geral, com muito esforço,
estamos deixando a Prefeitura de Aracaju equilibrada. Um ano de muito trabalho,
que colheremos os frutos daqui em diante.
MA - O senhor acha que a sua gestão, neste
primeiro momento, atendeu às expectativas da população?
JAF – A expectativa da população era muito grande,
pelos problemas e dificuldades que a cidade passava. Mas não sou de ficar
olhando no retrovisor. Nem a população me elegeu para ficar chorando pelo que
não foi feito. Fomos à luta nesse primeiro ano. Não posso dizer todas as
expectativas foram atendidas, mas muitas foram e serão muito mais, pelos
projetos a serem executados.
MA - A oposição tem dito que até o momento o
único feito do senhor da prefeitura foi ter dado continuidade às obras
iniciadas por Edvaldo Nogueira. Isso é verdade?
JAF- Verdade não é. Eu respeito muito a oposição
e acredito na oposição construtiva, pois ela não pode somente desdenhar ou
querer desfazer, ou ainda denegrir o que está sendo feito e planejado. Agora, é
claro que vou dar continuidade as obras do meu antecessor, porque o governo é
impessoal. Independentemente das dezenas de obras que encontrei estarem
paralisadas ou não, é o meu dever de gestor público continuar, porque a obra
não é de A, B, C ou D, a obra é do povo, trabalhamos para melhorar a vida de
cada aracajuano. Isso fiz e continuarei fazendo.
MA - E falando nisso, quem iniciou as obras
do viaduto/mergulhão? O senhor ou Edvaldo Nogueira?
JAF- Olhe, veja bem, logo que assumi a
prefeitura, um dos meus primeiros atos foi saber detalhadamente sobre a obra do
mergulhão. Porque essa é uma obra extremamente importante para a mobilidade
urbana. Bem, assim fui informado pela Celi que existiam erros no projeto, erros
estes que comprometeriam inclusive a estrutura. Dessa forma, solicitei as
modificações necessárias e sem colocar em risco a estrutura do viaduto. Assim o
projeto do popularmente conhecido ‘mergulhão' foi planejado na gestão do antigo
prefeito e contratada com previsão de conclusão em 14 meses, mas de fato
iniciou em janeiro de 2013 por conter diversos erros de elaboração. E quem diz
isso não sou eu não, quem diz isso é o empreiteiro, Luciano Barreto da
Construtora Celi.
MA - Como está a parceria da Prefeitura com o
governo do estado? Já existe algo realmente funcionando ou no momento trata-se
apenas de conversas?
JAF- Tenho me reunido com o Governador Jackson
Barreto por várias vezes para adequarmos muitos pontos em prol das obras de
Aracaju. Primeiro em relação às obras do Bairro Santa Maria entre a Deso e a
Emurb, depois sobre as obras do Proinvest para a capital, sobre o consórcio do
transporte público intermunicipal para a região metropolitana, a construção da
Avenida JK, entre muitos outros assuntos administrativos.
MA - A parceria administrativa com o
governador Jackson Barreto abre precedente para um diálogo político?
JAF- Dialogamos muito, mas sobre ações de
parcerias entre Estado e capital, não sobre eleições.
MA - Quando e com quem o senhor pretende
conversar sobre eleições 2014?
JAF- Agora não é hora de falar sobre eleições.
Agora é hora de trabalhar. No momento certo e oportuno conversaremos sobre as
eleições de 2014. Não estou pensando em eleições, estou pensando em trabalhar
para os aracajuanos.
MA- Divulgamos essa semana a paralisação do
programa Rodando no Macio. Não há mesmo possibilidade de dar continuidade a
ele?
JAF- Iniciamos o programa Rodando no Macio em
Julho de 2013, mas devido a quantidade de chuvas, os buracos nas vias foram aumentando
e não temos como suprir no momento todo o recapeamento. Tivemos que fazer uma
operação de emergência com o tapa buraco, para somente depois retomarmos as
ações do Rodando no Macio.
MA - A Obra de contenção do rio na 13 de
julho envolve uma disputa técnica, judicial ou política? Ela é mesmo
necessária?
JAF - Para mim a 13 de julho nunca representou uma
disputa. A intervenção na 13 de julho representa uma obrigação para proteger a
população dos diversos riscos que já foram ditos através de estudos e fotos.
Tanto é que O presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), o
desembargador Francisco Wildo Lacerda Dantas notificou oficialmente a
Prefeitura de Aracaju na última segunda-feira, 30, comunicando da decisão que
autoriza o município a realizar a retomada das obras na localidade, o que
ocorreu no mesmo dia.
MA - Quando estarão em funcionamento os novos
pontos de ônibus, já licitados?
JAF - A primeira licitação já ocorreu em novembro,
foi homologada em dezembro, e no final de janeiro provavelmente estaremos
iniciando o processo de implantação dos abrigos de ônibus. Depois daremos
início a fase de licitação para concessão que permite que uma determinada
empresa possa explorar a publicidade e realizar a manutenção devida. Todos os abrigos de ônibus são fechados, vão
ter itinerário, ou seja, a explicação de para onde a linha vai, além de
iluminação e identificação do ponto de ônibus,
bem como o horário exato que o ônibus passará.
MA - Os novos sistemas de parquímetro e
fiscalização eletrônica entram em atividade quando?
JAF - Será realizado em janeiro um pregão
eletrônico para a Fiscalização eletrônica. E, se tudo ocorrer devidamente bem,
sem impugnações, que são naturais de todo processo, provavelmente ao final do
mês de janeiro já começamos a fazer os primeiros testes. Mas ainda terá que ter
a validação do Inmetro. Entretanto, para quem não respeitar o limite de
velocidade, as multas poderão ser aplicadas a partir de março de 2014. Já os
Parquímetros, tem publicação de concorrência Pública prevista para início de
janeiro. O planejamento é que o processo ocorra dentro do prazo de 30 dias,
assim esperamos que a partir de março o Parquímetro já esteja funcionando. Além
do Parquímetro, haverá também o estacionamento rotativo nos bairros Centro,
Siqueira Campos, São José. O pagamento será feito em postos de venda ou através
de smartphones, tudo eletronicamente, não existirá o papel, o ticket que antes
havia, o agente fiscalizador através de um aparelho com o sistema vai
identificar através da placa se o motorista executou o pagamento para
permanecer no estacionamento e se o veículo está ocupando a vaga dentro do
tempo contratado. A distância máxima de cada ponto de venda do rotativo chega a
80 m da vaga a um ponto de venda. Os veículos que farão carga e descarga e as
motos que antes não estavam contempladas neste tipo de estacionamento, agora
irão fazer parte. O tempo máximo de permanência em cada vaga do rotativo é até
duas horas.
MA - No seu primeiro ano de governo o senhor
reajustou a passagem do ônibus, criou taxas de iluminação e ambiental, vai
reinstalar parquímetros, fiscalização eletrônica... Não teme que essas medidas
impopulares gerem uma desaprovação ao seu nome?
JAF- No início do ano enfrentei grandes problemas
com a questão do transporte público. O problema com a empresa VCA, mas os
aracajuanos não podiam ficar a mercê de um transporte coletivo de má qualidade.
Junto com a Secretária Georlize Oliveira, conseguimos contornar toda a
situação, com muita coragem e dignidade. Retiramos os ônibus e antes de
fecharmos o ano a população aracajuana já pode usufruir de 210 ônibus novos e
seminovos, com tecnologia e sistema de segurança. Mas não me conformei somente
com estes não, quero que Aracaju seja uma das capitais com a frota de ônibus
mais nova do país. Para isso nos primeiros meses deste novo ano que se inicia
vamos entregar mais ônibus novos. Então, no início houve um desgaste, mas a
população hoje sabe que foi a melhor coisa que fizemos. Com relação a taxa de
iluminação pública, será uma obrigação dos municípios a partir de janeiro de
2014,ou seja, todas as prefeituras municipais serão responsáveis pela
manutenção, conservação e conserto da iluminação pública. Então como podemos
arcar com todas essas despesas, já que não possuímos condições financeiras,
porque antes a responsabilidade era da Energisa. Mas a maior parte da população
não pagará a taxa, apenas uma parcela, a que consome mais energia, arcará com
essa despesa. E esse dinheiro da taxa será aplicado na manutenção da iluminação
pública. O licenciamento ambiental através da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente era uma coisa necessária, já que criamos a Secretaria e antes só quem
podia emitir a licença no Estado era a Adema, isso agilizará os processos
ambientais na capital, já que a Adema ficava responsável pela liberação ou não
em todo o Estado, agora o município de Aracaju é responsável por sua área.
MA - E os parquímetros?
JAF - Os parquímetros são um desejo dos
comerciantes, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas, em várias
entrevistas na imprensa já deixou claro, porque hoje é praticamente impossível
estacionar no centro, pois uma pessoa pode parar o carro na vaga e passar o dia
todo. E, com o Parquímetro para isso acontecer ele terá que pagar pelo dia, o
que gera um obstáculo e passará a ter rotatividade maior. A fiscalização
eletrônica é um mal necessário, visto que os motoristas irresponsáveis não
respeitam o limite de velocidade, geram acidentes e mortes. Neste mês de
dezembro teve fins de semana com mais de 10 mortes. A população pede pela
fiscalização eletrônica, porque é mais um obstáculo para que os motoristas
imprudentes pensem antes de cometer uma infração, um crime ou tirar vidas de
pessoas inocentes.
MA - Até mesmo seus aliados (e o
vice-prefeito) dizem que não houve melhorias na Saúde em 2013. Qual é o
planejamento para 2014?
JAF- Não é fácil administrar uma secretaria que
chega carregada de um débito de R$ 62 milhões, é preciso muito esforço para
contornar situações. Mas tivemos melhorias sim, durante 2013 foram poucas as
reclamações de falta de medicamentos nos postos de saúde, conseguimos
regularizar grande parte, reformamos unidades, estamos construindo outras,
ampliamos parcerias. Mas o trabalho não para, vamos manter os avanços em
determinadas áreas da saúde que conseguimos e trabalhar mais benefícios e menos
sofrimento para os usuários da saúde pública municipal em 2014.
MA - E o BRT, alguma perspectiva? Quando ele
entrará em funcionamento?
JAF- Perspectiva existe. Mas data exata, não posso
adiantar. Porque tivemos uma demora brutal nos estudos para implantação do BRT.
Com o problema no início do ano no transporte público e a retirada da VCA,
atrasou a contagem dos ônibus porque o sistema estava todo irregular, no que se
refere a lotação, e até o mês de novembro estávamos com menos 150 ônibus,
depois do mês de novembro regularizamos a situação e pudemos fazer o
levantamento correto da contagem dos usuários e linhas do transporte coletivo
da capital. Então, a partir daí traçou-se uma nova configuração que está sendo
estudada. Em contrapartida entre final de janeiro e início de fevereiro,
Aracaju terá o sistema de Bicicleta Pública, no mesmo molde do que funciona no
Rio de Janeiro, isto é, o bikeshare – a bicicleta compartilhada, com estações
da Orla de Atalaia até o centro da cidade, serão inicialmente 20 estações, que
ficarão próximas aos terminais de ônibus, para dar mais mobilidade e facilitar
a locomoção. O aluguel destas bicicletas será por meio eletrônico, do mesmo molde
como ocorre no Rio de janeiro. O estudo foi feito e está baseado para gerar a
locomoção das pessoas, de uma forma mais rápida e sem congestionamentos e
compartilhando mesmo, porque de um ponto a outro, a pessoa utiliza uma
bicicleta em um ponto, pode deixar a que estava usando e pegar outra, porque o
tempo de uso de uma bicicleta será de 30 minutos e o preço por mês que a pessoa
paga será de aproximadamente R$10.Então essa será mais uma conquista planejada
em 2013 que veremos em 2014, além de muitas outras, em todas as áreas da
Prefeitura Municipal de Aracaju.
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