Promotoria dos Direitos à Saúde recebeu parlamentares e médicos para
debaterem situação do setor em Sergipe
Dando prosseguimento as ações
voltadas para buscar uma solução para o caos que se instalou na saúde
sergipana, que motivou inclusive matéria em rede nacional na TV Globo, o
senador Eduardo Amorim (PSC) no Ministério Público de Sergipe, mais de perto na Promotoria dos Direitos à Saúde,
onde teve audiência com a promotora Euza Missano. Na oportunidade, o
parlamentar esteve acompanhado dos deputados estaduais Gilson Andrade e Pastor
Antônio, além dos médicos Ivan Paixão e Marcos Kroger, ambos servidores do
Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE).
“Antes de vir até a promotoria,
realizei visitas ao Hospital Santa Isabel, ao Hospital Universitário e ao
próprio HUSE. E tinha a esperança de que ainda não tivéssemos chegado ao fundo
do poço. Mas, infelizmente, depois da conversa com a promotora Euza Missano,
estou estarrecido, pois estamos realmente no fundo do poço”, avaliou o senador
Eduardo Amorim após o encontro.
Dentre os casos mais graves,
relatados tanto pela promotora, como pelos médicos, destacam-se a falta crônica
de medicamentos, já que os hospitais dependem da Fundação Hospitalar de Sergipe
(FHS) que, no momento, não consegue mais comprar remédios, já que os
fornecedores se negam a vender sem que antes recebam os valores atrasados. “A
FHS está devendo muito. E por isso mesmo proibimos, através do Ministério
Público, que o governo fizesse propaganda na área de saúde”, destacou a
promotora.
“Já pedi até pelo amor de Deus
para que comprem os remédios oncológicos. Uma médica me disse que já tem gente
que morre e não se sabe nem porque morrem, já que falta até antibiótico”,
relatou a promotora, citando ainda mais um caso chocante. “Uma médica me disse
que até uma cirurgia relativamente simples, de apendicite em crianças, resultam
em infecção em todas as crianças, pois além de não haver antibiótico, o local
da cirurgia não está sendo esterilizado”.
Mais depoimentos
Endossando as palavras da
promotora, o médico Marcos Kroger, servidor do HUSE, lamentou a situação. “Se
fecharem as portas do HUSE, o povo morre, pois não tem para onde ir”, disse o
médico, que ainda denunciou uma possível privatização em curso. “Como estamos
sem alguns especialistas, a FHS contrata por fora, sem licitação”.
Outro ponto destacado foi que até
para a realização de cirurgias há problemas básicos, como a falta de roupas
adequadas, que deveriam ser fornecidas pelo próprio hospital. “Já fizemos
cirurgias utilizando roupas nossas”, disse outro médico.
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