Jornal da Cidade/ Blog do Max
De
acordo com o deputado federal Márcio Macêdo (PT), a morte do governador Marcelo
Déda revelou para Sergipe o que o PT já sabia: a dignidade da ex-primeira-dama
Eliane Aquino (PT). Segundo Márcio, tudo o que aconteceu durante a tragédia que
foi a doença e morte do governador Marcelo Déda, fortaleceu e credenciou Eliane
a uma candidatura. Nesta conversa com o JORNAL DA CIDADE Márcio ainda considerou que o prefeito de
Aracaju, João Alves Filho (DEM), faz uma gestão ruim e mesmo assim, deve ser
candidato ao governo do estado, no próximo ano. Márcio também vai defender que
a candidatura de senador, no bloco governista, continue com o PT. Leia a seguir
a entrevista completa.
JORNAL DA CIDADE - Com Rogério
Carvalho no comando do partido, o que deve mudar no PT? A política de alianças
permanecerá a mesma?
Márcio Macêdo - Eu não sei ainda qual é a posição
de Rogério Carvalho. No segundo turno do PED se constituiu uma aliança política
entre ele e Ana Lúcia e eu não tenho informação de como eles estão definindo
esta questão entre eles. Já vi, através da imprensa, entrevistas de integrantes
da Articulação de Esquerda, como o presidente da CUT, Professor Dudu, que
defende candidatura própria. O nosso campo político, a Articulação Unidade na
Luta/Construindo um Novo Brasil, vai defender a manutenção da política de
alianças que hoje governa Sergipe, apoiando a pré-candidatura ao governo de
Jackson Barreto.
JC - Existe a possibilidade de o
PT estar aliado ao PSC em 2014? Alguns setores do partido defendem isso?
MM - Não vejo essa possibilidade. Não
tem nenhuma discussão sobre este assunto no PT.
JC - Como o PT recebe a
possibilidade de estar numa chapa ao lado do DEM? A atual direção do partido já
emitiu posicionamento interno sobre a possibilidade?
MM - Não tenho conhecimento desta
possibilidade. Depois, eu acho que João é candidato a governador, o que elimina
a possibilidade de uma aliança. E existe ainda um complicador nisto: há uma
deliberação do Diretório Nacional do PT que não permite aliança com o DEM, com
o PSDB e com o PPS.
JC - O PT ainda quer indicar o
candidato ao senado, numa composição com o PT, PMDB e PSB, entre os demais
partidos da aliança?
MM - Sim. Vou defender que a vaga de
senador continue sendo uma indicação do PT.
JC - Como o partido está avaliando
as especulações sobre uma possível candidatura de Eliane Aquino ao senado,
Câmara Federal, ou mesmo vice do PMDB? O PT pode apoiar, bancar essa
candidatura?
MM - Essa tragédia, que foi a morte
precoce de Déda, revelou para Sergipe, o que nós já sabíamos, que Eliane é uma
pessoa muito digna. O comportamento dela como esposa, como primeira-dama, como
militante e como cidadã, foi louvável. Além do respeito dela com o povo
sergipano. Isso a fortaleceu muito e a credenciou para uma possível candidatura,
se ela assim desejar.
JC - O senhor avalia que a base
governista permanece unida em 2014, com PMDB, PSB, PT, PSD, PC do B e demais
partidos?
MM - Sim. O núcleo central desta
aliança vem desde 1994. Os outros partidos que ao longo destes anos se engajaram,
também fazem parte do projeto que governa Sergipe hoje. São todos responsáveis
por esta grande obra de transformação no Estado, liderada por Marcelo Déda nos
últimos sete anos e, atualmente, comandada por Jackson Barreto.
JC - Como o senhor avalia a
declaração do senador Valadares, de que pretende conversar sobre política com o
prefeito João Alves, em 2014?
MM - A política deve ser uma
ação de atores civilizados. Todos têm o direito de conversar com quem lhe
convier. Mas eu não quero me envolver na discussão de nenhum partido da base
aliada. Cada um utiliza a estratégia que lhe parecer melhor.
JC - Como o senhor avalia o
primeiro ano da gestão de João Alves Filho na prefeitura?
MM - Acho uma gestão ruim. Não diz
para que veio, não tem nenhuma obra relevante e nenhuma ação concreta de
governo. Apenas dá continuidade ao que foi deixado pela gestão do PC do B com o
PT e partidos aliados e às ações e convênios do governo federal e do governo do
Estado na cidade.
JC - Como parlamentar ligado às
causas ambientais, qual a sua avaliação sobre a obra que está sendo realizada
no Rio Sergipe, ali na 13 de julho?
MM - Acho um absurdo uma intervenção
de engenharia de grande porte numa área de preservação permanente sem licença
ambiental e sem observar as conseqüências para o futuro do rio e da cidade de
Aracaju. Nem na Ditadura Militar, isso era possível. É uma obra feita ao
arrepio da lei. Uma coisa é uma obra de emergência, com decreto da defesa civil
indicando os riscos para sociedade e para o meio ambiente e a sua utilidade
publica, outra coisa é uma obra faraônica sem respeitar a legislação. Ainda bem
que a Justiça Federal na sua segunda instancia determinou o embargo da obra.
Quero lembrar que esta é a tese que defendi desde o inicio desta polêmica. A
Justiça mostrou que nós tínhamos razão.
JC - Qual a sua avaliação do
comando de Jackson Barreto no governo do estado? Qual a sua expectativa em
relação a ele?
MM - A minha avaliação é positiva. Ele
está seguindo rigorosamente o calendário de obras, inaugurações e ações
planejadas por Déda, por ele e pelo conjunto do secretariado. E a minha
expectativa é que ele defenda o legado de Marcelo Déda, dê sequência a este
projeto de transformação do Estado de Sergipe, obviamente, de acordo com seu
estilo, e consolide este bloco de partidos aliados que dá sustentação ao
governo.
JC - Quais serão os principais
temas a serem debatidos na Câmara Federal, em 2014?
MM - A reforma política, a reforma tributária,
com a conclusão da reforma do ICMS e o Comércio Eletrônico, o Marco Civil da
Internet, o Código da Mineração e o Código Civil são alguns dos principais
temas em pauta para o próximo ano.
JC - Como foi sua atuação
legislativa em 2013, quais os principais pontos?
MM - Considero minha atuação neste ano
como positiva. Figurei entre os 150 parlamentares mais influentes do Congresso
Nacional, relatei e presidi medidas provisórias importantes para o país, a
exemplo da negociação da dividas do INSS de Estados e municípios e a PEC do
comércio eletrônico. Estive presente de forma destacada nos grandes debates
nacionais, como a definição dos royalties do petróleo para educação e saúde, a
aprovação do Estatuto da Juventude, a lei dos portos, o programa Mais Médicos,
a PEC das Domésticas e a PEC de Combate ao trabalho escravo e as políticas de
combate aos efeitos da seca, entre outras ações. Indiquei emendas parlamentares
para Sergipe. E estive presente na definição de ações e recursos federais para
o Estado, como a implantação da Universidade Federal do Sertão.
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