Confira também comentário sobre telefonia em Sergipe e as decisões que políticos terão que tomar antes do carnaval
Para onde vai o PDT?
Comandado em Sergipe pelo prefeito de Nossa Senhora do
Socorro, Fábio Henrique, o PDT continua sem ter definido o seu destino político
para o próximo ano. Em conversa com a coluna, Fábio diz que hoje a sua
definição é de não deixar a Prefeitura para disputar um mandato de deputado
estadual – mas deixa claro que a política é dinâmica e que ainda não é possível
falar de forma definitiva sobre algo que acontecerá daqui a meses. “A tendência
natural é concluir o meu mandato, foi para isso que a população me elegeu”, diz
Fábio Henrique, confirmando que já recebeu convites para disputar vários
cargos, mas tem resistido a renunciar para disputar outro mandato.
Socorro é o segundo maior colégio eleitoral de Sergipe,
devendo atingir, até outubro de 2014, cerca de 95 mil eleitores. Ou seja, para
um candidato a deputado, construir uma boa base por lá pode ser meio caminho
andado para uma eleição. Mas o PDT também não definiu ainda quem serão seus
candidatos a deputado federal e estadual, e ao que parece, o debate só vai
esquentar a partir de janeiro.
Hoje todas as definições passam pelo posicionamento do
deputado estadual Zé Franco: se ele for candidato à reeleição, terá o apoio de
Fábio Henrique, que deverá manter seu compromisso político para a reeleição de
Laércio Oliveira (Pros). Caso Zé Franco resolva disputar uma vaga na Câmara
Federal, como ele não tem descartado, a esposa do atual prefeito de Socorro, ou
o próprio prefeito, podem ser candidatos a deputado estadual, rompendo com
Laércio. Mas essa manobra pode fazer com que o PROS de Laércio caia nos braços
do bloco governista - dizem inclusive que há um processo de paquera política em
andamento.
Fábio também não responde de que lado seu PDT estará em
2014. Ele admite apenas que tem conversado sobre política com o grupo dos
irmãos Amorim – o que não tem acontecido com o grupo governista ou com o
pessoal ligado a João Alves (outro nome que pode entrar na disputa). “Hoje
temos filiados que defendem aliança com um lado e com o outro, o que é natural
na política. O importante é que temos um time forte, que está aguardando a
definição das pessoas que vão estar em campo para o jogo”, comenta Fábio.
Telefonia em SE é uma
vergonha
A classe política de Sergipe precisa se unir em torno de um
tema importante: a telefonia celular, que chega a ser uma vergonha. O serviço
prestado pela maioria das operadoras é muito ruim. Se na capital não é raro
sofrer com sinal péssimo ou ligações caindo (o que onera o consumidor, que
precisa fazer várias ligações), no interior do estado, em muitas localidades,
conseguir concluir uma chamada é raro.
O cômico e o trágico convivem lado a lado quando o assunto é
telefonia. Não é raro presenciar nos povoados coisas que se viam logo quando
esse sistema chegou ao país: pessoas subindo em árvores, escadas ou procurando
determinados lugares (pois sabem que a operadora X só funciona ali). É o
celular que funciona na varanda, mas no quintal, não há sinal.
Além de gerar transtornos óbvios à população, o serviço ruim
também cria um ambiente negativo para os negócios. Ao realizar um plano de
investimentos, todas as empresas multinacionais avaliam em primeiro lugar a
infraestrutura oferecida pelo local – o que inclui também os serviços de telecomunicação,
que são estratégicos em todas as áreas, hoje. Internet com baixa velocidade,
cara, e telefonia móvel ruim, afastam os investidores.
A classe política precisa se unir para tomar medidas
efetivas. O governador Jackson Barreto (PMDB) visitou a Anatel e algumas
empresas de telefonia, apresentando os problemas e pedindo solução. O deputado
federal Fábio Reis (PMDB) foi o que mais se esforçou nesta questão: além de
levar uma série de queixas à Anatel, participou de diversas reuniões com
executivos das quatro grandes empresas de telefonia que atuam no estado. Os
deputados estaduais Zezinho Guimarães (PMDB) e Augusto Bezerra (DEM) lideram os
trabalhos na CPI da Telefonia, na Assembleia. E só. Todos os deputados,
prefeitos e vereadores precisam se incorporar ao debate, pressionar a agência
reguladora e as empresas, organizando mobilizações que possam culminar na
resolução destes problemas. É urgente.
Esporte e Turismo
O deputado Valadares Filho (PSB), que preside a Comissão de
Turismo e Desporto da Câmara Federal, ficou empolgado com a realização em
Sergipe do Seminário Nacional de Políticas Públicas para o Esporte – Inclusão
Social e Promoção do Brasil no Exterior. Valadares Filho destacou a importância
de trazer o presidente da Embratur e o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PC
do B), para discutir esporte, inclusão e a divulgação do país. O deputado acha
que com os grandes eventos que serão realizados (Copa do Mundo e Olimpíadas),
que terão cobertura televisiva de 180 países, o país não pode perder a
oportunidade de realizar uma boa divulgação das suas opções turísticas, cultura
e culinária. “Participar deste debate é uma oportunidade única. Precisamos
discutir e deixar claro que não podemos perder a grande oportunidade de trazer
maior pujança ao turismo nacional e ao mesmo tempo garantir que esses eventos
deixem um legado esportivo grande, com maior investimento na formação de
atletas”, falou o jovem parlamentar.
Depois do carnaval...
Vai chegando o final do ano e na política já se fala que as
coisas só se resolvem após o carnaval. Pode até ser, mas em alguns casos não é
verdade, pois muitos políticos com mandato precisam tomar suas definições antes
da festa de momo. Isso porque em 2014 o carnaval vai cair na primeira semana de
março – a quarta-feira de cinzas será dia 5. Dois dias depois, os prefeitos que
quiserem disputar mandatos de deputados precisam se desimcompatibilizar. Isso
inclui o administrador da capital, João Alves Filho (DEM).
Ou seja, João,
famoso por só anunciar suas definições políticas aos 45 do segundo tempo, tem apenas
pouco mais de três meses para decidir se tentará voltar ao governo do estado.
Com isso cresce a avaliação de que João, apesar da liderança isolada em todas
as pesquisas sérias, pode não ser candidato. Até mesmo aliados próximos avaliam
que o primeiro ano do governo foi para colocar ordem na casa, iniciar projetos
e tocar obras em andamento, não sendo suficiente para ter o que mostrar numa
campanha eleitoral. O fato é que João tomará sua decisão durante o carnaval.
Nenhum comentário:
Postar um comentário