Na
noite da última terça-feira a Câmara de Vereadores da Barra dos Coqueiros se
transformou em um espaço de debates sobre as irregularidades e os impactos
ambientais gerados pelo aterramento do Rio Sergipe. Vereadores e militantes da
área ambiental debateram o tema durante audiência pública realizada na Câmara
de Vereadores da Barra dos Coqueiros. O mandato democrático e popular da
deputada Ana Lúcia, que vem acompanhando esta problemática e militando no o
Fórum em Defesa da Grande Aracaju, esteve presente no debate.
Na
ocasião, o coordenador do Fórum em Defesa da Grande Aracaju, José Firmo,
criticou a atitude da Prefeitura Municipal de Aracaju de aterrar o leito do Rio
Sergipe, um dos principais do Estado, sem os Relatórios de Impacto Ambiental
(RIMA) estabelecidos por lei, para a construção de um novo calçadão no bairro
13 de julho. Mesmo sem os estudos, a obra já foi iniciada, desde outubro deste
ano, quando a justiça emitiu parecer favorável à prefeitura, alegando a
urgência da obra.
De
acordo com José Firmo, o aterramento trará um impacto ambiental sem
precedentes. "Nos aspectos biológico e ambiental, as consequências já são
visíveis, mesmo sem a obra ter sido concluída. A interferência para os peixes,
os mariscos e os crustáceos aqui na região já é clara mesmo para leigos",
esclarece o coordenador do Fórum.
Ele
explica ainda que, da forma que está sendo encaminhada a obra, o aterro é
praticamente irreversível. "Retirar estas pedras que estão sendo
depositadas no leito do nosso Rio Sergipe é quase impossível, mesmo com
equipamentos pesados", garante ao explicar que o máximo que se admite é
que as pedras sejam colocadas à margem do rio, permitindo que possam ser
retiradas futuramente.
Rafael
Pereira, representando o mandato democrático e popular da deputada Ana Lúcia
chamou a atenção para o prejuízo social da obra, fruto do seu impacto
ambiental."A situação dos pescadores e marisqueiras da região é muito
grave. São cadastradas como pescadoras 540 famílias da Barra dos Coqueiros. Com
a mudança de fluxos do rio e com a modificação da fauna e flora local devido
aos impactos ambientais da obra, essas 540 famílias perderão seu
sustento", alertou o assessor parlamentar.
Após
fazer uma avaliação dos impactos da obra para a população da Barra dos
Coqueiros, o vice-presidente da Barra dos Coqueiros e membro do Fórum em Defesa
da Grande Aracaju, Cláudio Barreto (Caducha), sugeriu que a Câmara Municipal
montasse uma comissão parlamentar para debater mais profundamente sobre o tema
intervir politicamente para barrar a obra.
Precisamos
consolidar um espaço político para demonstrar ao judiciário que a população da
barra dos Coqueiros tem uma posição. Está na hora de ir à Adema, ao MPE, de alertar
os poderes e mobilizar a população para demonstrar nossa indignação com o que
está sendo feito na Barra dos Coqueiros" alertou o vice-prefeito,
sugerindo ainda a elaboração de um abaixo assinado exigindo a suspensão da
obra.
"Queremos
ouvir de vocês uma ação propositiva", cobrou Marina Bezerra, membro do
Coletivo Seja Realista, Exija o Impossível e do Fórum em Defesa da Grande
Aracaju. Ela solicitou ainda que a Câmara elabore e aprove uma nota pública de
repúdio subscrita por todos os vereadores a fim de chamar a atenção para o
problema, e cobrou dos vereadores da base aliada uma interlocução com o
prefeito de Barra dos Coqueiros, Airton Martins, para que ele se posicione
publicamente e oficialmente sobre o aterro.
Presenças
Além
dos militantes, vereadores e vice-prefeito, estiveram presentes também os
Secretários municipais
de
Agricultura e Pesca, Amélia Silva e Educação, Manuel Viana.
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