Eugênio Nascimento
Do Jornal Da
Cidade
Nesta
entrevista ao JORNAL DA CIDADE o deputado federal Fábio Reis (PMDB) diz que é
contra uma possível aliança com o DEM em 2014, defendendo a manutenção
irrestrita da aliança atual. Para Fábio, é necessário ampliar o grupo sem
constranger ou perder aliados. Ele também avaliou que o prefeito João Alves
Filho (DEM) pensa em ser candidato ao governo, o que seria um equívoco, por
fazê-lo deixar de lado os problemas da administração. Sobre a atuação de
Jackson Barreto no governo, Fábio diz que ele tem cumprido à risca as
orientações administrativas do governador Marcelo Déda, mas acha que JB deve
conversar com Déda para realizar mudanças no governo. O deputado também
comentou sua atuação legislativa, que inclui a criação de um projeto visando
garantir a dedução no Imposto de Renda dos novos gastos com as empregadas
domésticas. Leia a seguir.
JORNAL DA CIDADE
- O senhor declarou há pouco tempo que o PMDB está subrepresentado no governo
do estado. Esse quadro ainda continua?
Fábio Reis - Continua sim! E
claro que agora que Jackson Barreto está exercendo o cargo de governador
interinamente, a pressão sobre ele aumenta. E não só o PMDB, mas outros
partidos da base aliada. Agora é preciso ter mais paciência e compreender que
JB está exercendo o governo de forma interina, pois o governador é Marcelo Déda
e os partidos que estão dentro não querem abrir espaço para os que precisam entrar,
esta equação é difícil e alguém sempre vai achar que estará sendo preterido ou
esquecido, e neste caso, o PMDB está sendo sacrificado em prol da unidade. Esta
distorção deve ser corrigida com bastante diálogo e compreensão de todos.
JC - O PT tem
mais espaços no governo do que os demais partidos do bloco aliado? Isso tem
causado problemas e ciúmes na base aliada?
FR - Tem e é natural.
O governador é do PT, tem uma grande bancada e nada mais natural que ter o
maior espaço dentro do governo.
JC - Qual é a sua opinião quanto à uma possível aliança entre DEM e PMDB, em 2014, na disputa pelo governo do estado?
FR - Eu pessoalmente
sou contra. Defendo a manutenção irrestrita da aliança atual. Claro que esta é
minha opinião pessoal, não representa uma posição do partido, mas irei defender
a unidade existente. Temos que procurar ampliar o grupo sem constranger ou
perder aliados. Esta será a formula do sucesso.
JC - Na sua
opinião João Alves é candidato a governador?
FR - Não tenho dúvidas
que João toma café-da-manhã, almoça e janta pensando em voltar a ser
governador. Isso na minha opinião é um equivoco, porque deixa de lado os
problemas administração, e com isso quem sofre é população.
JC - E em Lagarto?
Sua tia, a deputada Goretti Reis é do DEM, como fica essa situação política?
FR - Posso lhe
adiantar que eu, meu pai, Jerônimo Reis, Zezé Rocha e o prefeito Lila, de
Lagarto, estaremos no mesmo palanque. Temos este pacto. Sobre a deputada Goretti
Reis, só ela pode falar sobre o caminho que irá trilhar, ela tem mandato, é
independente e se elegeu pela oposição.
JC - O governador em exercício, Jackson Barreto, está se saindo bem comandando o estado na ausência de Marcelo Déda?
FR - Jackson está bem
maduro e preparado para governar. Foi rápido e eficiente para impedir greves,
dialogou e ganhou a confiança dos servidores. Tem feito inaugurações, reuniões
semanais com secretários, agilizado ações de investimento e conclusões de
diversas obras, tem mostrado dinamismo e ousadia, diria eu, na sua
interinidade. Tem seguido à risca as orientações administrativas que deixou o
governador Marcelo Déda. Acho que está cumprindo didaticamente sua função na
interinidade. Mas o tempo urge e ele precisa dialogar com o governador Marcelo
Déda, sobre algumas mudanças, para dar uma melhor reoxigenada na administração
pública. Na minha opinião, o governo precisa colocar jogadores que estão no
banco de reserva e substituir alguns que estão com cãibras. Somos uma equipe e precisamos
está com o melhor time em campo para vencermos nossos adversários.
JC - O ex-secretário Jorge Alberto queixou-se em relação ao comportamento de Jackson Barreto para com ele. Como o PMDB avaliou as declarações de Jorge?
FR - Acho que Jorge é
um grande companheiro, um lutador, um bom político e administrador, mas pisou
na bola, foi injusto com Jackson Barreto, acho que as criticas infundadas e
injustas publicamente contra nosso presidente e líder, só servem de munição aos
adversários. Por isso acho que foram descabidas e inoportunas. Espero que a
partir de agora o diálogo prevaleça de forma mais efetiva para o bom andamento
de unidade dentro do partido.
JC - Qual a expectativa do PMDB para 2014?
FR - Nossa
expectativa é de crescimento. Estamos trabalhando com a possibilidade concreta
de elegermos o governador, quatro deputados estaduais e dois federais.
JC - Quais foram
os projetos de lei que o Senhor apresentou nestes seis primeiros meses de
mandato?
FR - Apresentei
projeto de lei para deduzir do imposto de renda os novos gastos com as
empregadas domésticas. Este PL já está sendo analisado na Comissão de Finanças
e Tributação. Também apresentei um projeto que visa regulamentar a atividade
dos mototaxistas, incluindo o serviço comunitário de rua. Este PL está na
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Um projeto de
grande importância é o que determina que as instituições de saúde publiquem
informações sobre os profissionais que farão o atendimento, como especialidade
e data e horário de trabalho.
JC - Como foi
sua atuação parlamentar na Comissão de Turismo e Desporto?
FR - Neste primeiro
semestre, acompanhamos as reformas dos estádios e aeroportos que receberam os
jogos da Copa das Confederações. Pude ver, de perto, o que realmente foi
alterado e como o público seria beneficiado. Além disso, debatemos temas como
Copa do Mundo, acessibilidade, Olimpíada e Paraolimpíada.
JC - E qual sua
avaliação sobre as reformas que foram feitas?
FR - Houve um grande
avanço em todas as cidades-sede. Visitei Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte,
Recife e Salvador. Gostei muito da Arena Pernambuco, em Recife. Brasília, por
outro lado, teve um gasto exorbitante na reforma do estádio Mané Garrincha.
Mas, de uma forma geral, acredito no nosso potencial de realizar o mega-evento
que será a Copa do Mundo no ano que vem.
JC - Quais são
os principais projetos para Lagarto?
FR - Tenho muitos
projetos grandiosos para Lagarto. Entre eles, a duplicação da SE-270, a
construção de um aeroporto regional, a construção do Centro de Iniciação ao
Esporte, a viabilização do projeto Vaza Barris, que sanará nossos problemas com
abastecimento de água e a instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
no povoado Colônia 13.
JC - O Senhor
ainda não teve direito a emenda, mas já recebeu recurso de algum ministério?
FR - Solicitei ao
ministério do Esporte a liberação de recursos extra-orçamentários e fui
atendido na ordem de R$ 1,2 milhão. Assim, conseguimos viabilizar a construção
de duas quadras poliesportivas em Estância, uma em Umbaúba e outras duas em
Lagarto, uma no povoado Pururuca e outra no povoado Crioulo.
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