Vice-prefeito afirma que capital arca com gastos de responsabilidade do Estado
Por
MAX AUGUSTO
Em
entrevista ao JORNAL DA CIDADE / BLOG DO MAX o vice-prefeito de Aracaju, José
Carlos Machado (PSDB) defendeu a reabertura do diálogo entre a Secretaria de
Estado da Saúde e a Prefeitura da capital. De acordo com Machado, o município
acaba arcando com gastos que deveriam ser pagos pelo estado, já que nos últimos
anos, segundo ele, a administração municipal vinha se comportando com total
submissão ao governo do estado.
“O
que o secretário do estado falava, ninguém contestava. Mas esse diálogo deve
ser reaberto, Aracaju deve endurecer, para que se faça justiça. Os recursos de
Aracaju não podem ser utilizados para pagar tudo, isso é papel do estado”,
disse o vice-prefeito, ressaltando ainda que o Governo do Estado deve à
Prefeitura cerca de R$ 20 milhões, relativos a repasses para a Saúde.
O
tucano avalia ainda que é importante rediscutir algumas questões na Saúde de
Aracaju, visando reequilibrar o sistema. Ele lembra, por exemplo, que no ano de
2006, 42% dos recursos que o Ministério da Saúde transferia para o estado de
Sergipe, eram destinados à capital – percentual que hoje não chegaria a 26%.
Machado
cita ainda outros números que confirmam o que todo mundo já sabe: pacientes
vindos do interior e até de outros estados sobrecarregam a estrutura de Saúde
da capital. Dois dados que exemplificam bem isso: dos cerca de 1.300 partos
realizados mensalmente na maternidade Santa Izabel, só 400 são de crianças
aracajuanas – as outras 900 são do interior, mas a conta é paga pela capital,
segundo o vice-prefeito.
Outra
situação constante diz respeito à realização dos exames de alta complexidade,
onde cidadãos de outros municípios chegam a capital para ter acesso a tais
serviços. “Todos os exames de alta complexidade e vários outros procedimentos
são pagos por Aracaju”, falou Machado.
Outro
número que chama atenção: Aracaju possui cerca de 540 mil habitantes, mas cerca
de 1,6 milhões de cartões do SUS foram distribuídos pela Secretaria de Saúde da
capital – o que também comprovaria que Aracaju acaba se tornando uma “UTI” da
Saúde interiorana. “É preciso redesenhar o pacto, não é justo Aracaju custear
todas essas despesas”, concluiu Machado.
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