“Meu nome está à disposição do PT”, diz o deputado
Por MAX AUGUSTO
Nesta
entrevista ao JORNAL DA CIDADE / BLOG DO MAX o deputado federal Márcio Macêdo confirma que
pretende disputar a presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em
Sergipe. Ele conta com o apoio do ex-senador José Eduardo Dutra e avalia que o
posto exige alguém que tenha história dentro da sigla e que tenha um perfil
conciliador, ou seja, que possa ser capaz de construir uma unidade interna.
Márcio diz que a relação do PT com Jackson Barreto é muito boa e lembra que o
próximo presidente irá comandar o PT durante as eleições de 2014 e 2016, quando
o partido encerra um ciclo – iniciado quando Marcelo Déda chegou à Prefeitura
de Aracaju. Ele também acredita que o bloco que o PT integra será vitorioso em
2014 e que o partido deve se preparar para uma posição de protagonismo no
futuro. Leia a seguir.
JORNAL DA CIDADE
– É verdade que o senhor pretende lançar seu nome para disputar a presidência
do PT?
Márcio Macêdo – É. O meu nome
está sendo colocado por companheiros da tendência Articulação Unidade na
Luta/Construindo um Novo Brasil, com o objetivo de buscar a unidade interna da
nossa corrente e apresentar o meu nome para a avaliação das demais tendências
que compõem o PT, para construir um processo de fortalecimento do partido, e
participar do processo de eleições diretas (PED) deste ano. Enfim, me coloco à
disposição para apreciação do conjunto da militância do PT.
JC – Porque
decidiu apresentar seu nome? É uma decisão irreversível?
MM – Este é um
momento peculiar para a história do nosso partido. Vivenciaremos o fechamento
de um ciclo de gestão no Executivo de Sergipe, que se iniciou na prefeitura de
Aracaju e teve prosseguimento no Governo do Estado. E reabriremos um novo
ciclo, no qual acredito que o nosso bloco de partidos aliados será vitorioso e
o PT será base de sustentação. Isso tem como conseqüência a necessidade do PT fortalecer
a sua militância, estabelecer um processo de construção partidária, promover
formação política dos seus filiados e assim poder se preparar para o futuro. A
direção que será eleita terá um mandato de 4 anos, e na prática, comandará as
eleições de 2014 e 2016. Portanto é preciso na presidência do PT alguém com
perfil conciliador, que respeite as forças internas, as lideranças
constituídas, que tenha identidade partidária, que possa construir a unidade
que o partido precisa para este novo momento e possa garantir a livre expressão
do conjunto da militância e preparar o PT para o protagonismo do futuro. E que
mantenha o diálogo qualificado e respeitoso com os partidos da base aliada.
Companheiros da CNB viram em mim este perfil para contribuir com o nosso
partido.
JC – Como o
senhor avalia a condução do partido pelo atual comando da sigla?
MM – Como toda
gestão na interinidade, ela dá continuidade ao modelo que já vinha sendo feito
anteriormente, mas com o estilo de quem o está gerindo agora.
JC – Com a
licença do governador Marcelo Déda para tratamento de Saúde, o PT está sendo
desvalorizado no governo?
MM – Não. O PT tem
tido o respeito que sempre teve de Jackson Barreto. Esse Governo é um governo
liderado pelo PT, pelo PMDB e pelos partidos aliados. A gestão de Jackson é uma
gestão de continuidade das obras e das políticas definidas pelo governador
Marcelo Déda. A direção do partido, as tendências internas, as lideranças e os
secretários de Estado do PT mantém o mesmo compromisso com este projeto desde o
início do Governo.
JC – Sílvio
Santos não descartou uma aliança do PT com o PSC. Como o senhor avalia isso -
lembrando que o PSC já anunciou que não vai recuar no projeto de lançar
candidato ao governo?
MM – Silvio Santos
nunca disse isso. Ele afirmou que o PSC não está fora do leque formal de
alianças aprovado no Diretório Nacional do PT, tanto é que o partido faz parte
da base de sustentação da presidente Dilma no Congresso Nacional. Agora é obvio
que no Estado de Sergipe, o PT e o PSC tomaram caminhos diferentes.
JC – Na eleição
de Edvaldo Nogueira, onde Sílvio Santos foi vice-prefeito, o PSDB estava na
aliança, indicando inclusive secretários municipais. Porque o PT agora rechaça
tanto uma possível aliança do PMDB com o DEM?
MM – O DEM está fora
do leque de alianças do PT aprovado no Diretório Nacional. O DEM é,
historicamente, nosso adversário político e ideológico. Nós defendemos projetos
antagônicos de gestão e de sociedade.
JC – A questão é
delicada, mas caso o governador Marcelo Déda (PT) não queira ou não possa
disputar um mandato de Senado, o PT fica sem espaço na chapa majoritária? O
partido já discutiu isso?
MM – O consenso
interno no partido é que o pré-candidato a senador do PT na chapa liderada por
Jackson Barreto é Marcelo Déda. Na hora em que a legislação eleitoral permitir,
o partido oficializará essa reivindicação aos partidos aliados da nossa
coligação.
JC – O
ex-senador Zé Eduardo ainda tem força no PT sergipano? Ele vai participar deste
processo, apoiando um candidato?
MM – Zé Eduardo é um
quadro político que tem história no PT do Brasil e de Sergipe. Foi um dos
senadores mais atuantes do Congresso Nacional, liderando a oposição do Brasil
naquele momento histórico, foi presidente nacional do PT e presidente do
Diretório Estadual em Sergipe por três vezes. Ele tem identidade partidária e
convive bem com a militância do PT. Zé Eduardo deixou a política eleitoral, mas
continua militando no partido. É membro do diretório estadual e do nacional e
um dos grandes quadros da política brasileira. Vai estar apoiando Rui Falcão
para presidente do Diretório Nacional e vai estar apoiando a minha candidatura
a presidente e a nossa chapa aqui em Sergipe. Por tudo isso, é um quadro
político muito importante no processo de eleição interna do PT no Brasil e em
Sergipe.
JC – É verdade
que muita gente no PT não gostou do anúncio de que Silvio Santos será candidato
em 2014? Porquê?
MM – Desconheço
essa informação. Penso que tanto Silvio Santos quanto qualquer outro quadro
político do PT tem todo o direito de reivindicar a possibilidade de ser
candidato pelo partido.
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