Por MAX AUGUSTO
Durante
a campanha eleitoral o prefeito João Alves Filho (DEM) se apresentou como a
solução para os problemas de Aracaju. No entanto, até o momento existe um
agravamento do caos urbano, a situação só tem piorado. Essa é a avaliação do
vereador Iran Barbosa (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de Aracaju
(CMA). Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE / BLOG DO MAX Iran Barbosa avalia que vários
itens do cotidiano da cidade têm apresentado pioras: trânsito, transporte
público, limpeza urbana, manutenção da
malha e outras questões. Ele também confirma que será deputado à presidência do
Diretório Municipal do PT em Aracaju, juntamente com a deputada estadual Ana
Lúcia, que disputará o comando estadual. Sobre as polêmicas levantadas pelo
vereador Agamenon (PP), Iran disse que os professores pretendem leva-lo à
Justiça, e lamentou que na Câmara de Aracaju não esteja em funcionamento a
comissão de ética, para representar o parlamentar. Leia a seguir.
JORNAL
DA CIDADE / BLOG DO MAX - O Sintese vai mesmo processar o vereador Agamenon? Por quê? Ele
ofendeu os professores ou o sindicato?
Iran
Barbosa –
Os professores decidiram em assembleia que vão adotar medidas judiciais com
vistas à preservação da verdade e da imagem dos educadores sergipanos. Na
Justiça, o vereador será desafiado a comprovar as suas afirmações públicas. Nas
democracias, a todos é assegurado o direito de livre manifestação e a todos é
assegurado o direito de recorrer à Justiça, quando há fato concreto em litígio.
JC - O
vereador Agamenon não está falando a verdade quando diz que há professores que
não vão dar aula, assim como há médicos na rede municipal que não cumprem a sua
carga horária?
IB - Sim,
há professores, médicos, vereadores, jornalistas, seres humanos... que
eventualmente faltam ao seu trabalho. Há também aqueles que faltam de forma
contumaz e, portanto, de forma irresponsável e há aqueles que, mesmo quando não
têm condições, por compromisso, vão ao seu trabalho. A cada um tem que ser
dispensado o tratamento correspondente. O problema é que o vereador não se
limitou a afirmar o que está contido na sua pergunta. As afirmações têm sido
bem diferentes e, ele terá oportunidade de comprová-las, ou não, no âmbito
judicial.
JC - O
senhor pretende representar o vereador Agamenon ao Conselho de Ética da Câmara
Municipal?
IB - Lamentavelmente,
por mais que cobremos, ainda não há em funcionamento, na Câmara Municipal de
Aracaju, uma Comissão de Ética. O que tenho feito, de forma sistemática, é
utilizar os argumentos constitucionais e legais para cobrar da Mesa Diretora e
da Presidência da Casa providências cabíveis nos casos reiterados de afronta ao
decoro parlamentar.
JC -
Agamenon também classificou o Sintese como um comitê eleitoral. Como vereador e
ex-presidente do sindicato, qual a sua opinião sobre isso?
IB - A
minha opinião é que o vereador, mais uma vez, deve ser instado a fornecer
elementos comprobatórios da sua afirmação. Não é correto qualquer um acusar
quem quer que seja ou qualquer instituição de desvio de finalidade, atacando a
sua credibilidade, sem ser responsabilizado pelo ônus da prova. E, se mente,
calunia ou difama, gerando prejuízo à imagem e a honra de terceiros, deve arcar
com as penalidades legais cabíveis, civil e criminalmente. A minha opinião,
também, vai no sentido de afirmar que, neste momento, existem pautas muito mais
sérias e importantes com as quais devo ocupar o meu tempo. Não devemos “cair na
cilada” que está sendo armada com a finalidade de desviar o foco da atenção da
imprensa, da oposição, do povo e dos movimentos sociais. Não cairei nela e
desejo que vocês da imprensa também não caiam. Seria um erro político primário
substituir o necessário debate sobre a realidade caótica do nosso povo e da
nossa cidade por este tipo de tentativa apelativa de promoção pessoal. Já
ocupamos muito do espaço precioso deste jornal com estas questões. Vamos
discutir o que é importante!
JC - A
criação de uma CPI dos transportes não foi aprovada pelos vereadores de
Aracaju? O senhor avalia que essa comissão poderia realizar um trabalho
interessante? O que faltou?
IB - Na
verdade a CPI dos transportes foi utilizada como um mote de promoção na
imprensa, sem a articulação necessária para que a sua instalação fosse
viabilizada. Não é correto dizer que ela não foi aprovada, pois ela não foi
submetida à votação. O que ocorreu é que o vereador Max Prejuízo fez ampla
divulgação da sua iniciativa na imprensa e nas mídias sociais, mas não
articulou o apoio para obter as oito assinaturas necessárias à apresentação da
proposta, junto à bancada que ele integra, que é a bancada de apoio ao prefeito
João Alves Filho, que conta com 19 vereadores. Se você observar, a maioria dos
parlamentares que assinou a proposta, faz parte da bancada da oposição. O que
ficou evidente é que esse processo desnuda a falta de vontade da maioria da
bancada governista e do prefeito, que a coordena, com a instalação da CPI. É
uma pena, pois todo o debate que a sociedade tem feito e as situações
denunciadas com a análise das planilhas de custos do transporte coletivo, não
deixam margem a dúvidas: É necessário que se faça uma auditoria séria e com
controle social sobre o funcionamento do nosso sistema de transporte coletivo.
JC -
Como o senhor avalia esses primeiros sete meses da gestão de João Alves Filho
na prefeitura de Aracaju? Houve melhorias?
IB - Aracaju
tem assistido a um agravamento do caos urbano, no tocante a quase todos os
itens do cotidiano dos munícipes. É assim no que diz respeito ao trânsito e ao
transporte público reajustado; tem sido assim no que tange à limpeza urbana e à
manutenção da malha viária da cidade; continuam e se agravam os problemas na
área da saúde; retrocedemos na possibilidade de participação popular na
construção da gestão educacional com a aprovação das reformas introduzidas
desde o início do ano; continuamos com as agressões ambientais aos mangues e
rios; persiste a falta de regras para a utilização do solo urbano e assistimos
a um descompasso entre o “slogan” e o discurso eleitorais do então candidato
João Alves e a falta de solução para os problemas da cidade. Na campanha ouvimos
que “João é a solução!” É justo, então, que, independente dos problemas
herdados, cobremos a solução, pois essa foi a promessa amplamente firmada.
JC - A
professora Ana Lúcia manterá sua candidatura à presidência do PT? Ao que parece
ninguém no partido ouviu a solicitação do governador Marcelo Déda, que pediu a
retirada das candidaturas.
IB - A companheira, deputada Ana Lúcia, manterá a
sua candidatura à presidência do PT, atendendo a um comando coletivo da nossa
corrente, a Articulação de Esquerda. Ela é um “patrimônio” partidário, tanto
pela sua história de vida e de luta, como pela contribuição ao PT e às gestões
petistas em Sergipe e em Aracaju. Ela orgulha os militantes do Partido dos
Trabalhadores! Por isso, e principalmente pela vivência democrática interna que
temos no PT, ela continuará disputando a presidência estadual, o nosso
companheiro Valter Pomar disputará a presidência nacional e eu disputarei a
presidência municipal. Nossa corrente está unida neste propósito. A solicitação
de Marcelo Deda não foi dirigida a nós, mas aos companheiros da sua corrente,
Construindo Um Novo Brasil, que tem dois nomes disputando internamente a
presidência estadual do partido, que são os deputados Rogério Carvalho e Márcio
Macedo.
JC -
Como foi sua atuação legislativa no primeiro semestre e qual o planejamento
para o segundo? Qual foi seu projeto mais importante neste período?
IB - Eu
realizei, no último dia 12, uma Plenária de Balanço da minha atuação como
vereador de Aracaju durante o primeiro semestre de 2013. Nela eu pude mostrar
aos nossos apoiadores um quadro de proposituras apresentadas no período,
totalizando 134 iniciativas, entre Projeto de Emenda à Lei Orgânica, Projetos
de Lei Ordinária, Emendas a Projetos do Executivo, Moções, Requerimentos e
Indicações. Destaquei também a promoção de Sessões Especiais e Tribunas Livres
através das quais levei para o âmbito do Legislativo municipal discussões de
temas de alta relevância para o nosso povo e nossa cidade. Apresentei um mapa
que destaca nossa presença em praticamente todos os bairros da cidade,
solicitando da Administração de Aracaju, solução para os problemas das ruas,
praças, avenidas e equipamentos sociais do município. Atuei de forma decisiva
em setores estratégicos como educação, transporte público, mobilidade urbana,
direitos dos trabalhadores e dos servidores públicos, direitos humanos, meio
ambiente, cultura... Em todas essas áreas temos colocado o mandato presente e
atuante. Atuo em duas comissões internas da Câmara: Comissão de Justiça e
Redação e Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Fui escolhido pelos colegas
para liderar a bancada de oposição na Casa. Enfim, temos trabalhado de forma
incessante, sem descanso, para corresponder à confiança do povo de Aracaju, que
me conduziu ao Parlamento municipal como o vereador mais votado nas eleições do
ano passado. Para o segundo semestre, daremos continuidade a este trabalho,
implantando o planejamento plurianual que produzi, juntamente com a minha
assessoria e setores organizados da sociedade. Que venha a luta! Que venham as
melhorias para o nosso povo!
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