Situação e oposição não se entenderam na sessão desta
quarta-feira, 10, na Assembleia Legislativa e o resultado foi a reprovação de
um importante requerimento pedindo regime de urgência na apreciação e votação
do Projeto de Lei do Executivo que pretende contrair empréstimo de R$ 727
milhões junto ao Governo Federal. Dos 22 deputados presentes, apenas nove
votaram a favor do requerimento favorável ao governo do Estado.
Para o deputado estadual Francisco Gualberto (PT), autor do
requerimento derrotado, a falta de harmonia no parlamento estadual é provocada
pela ação danosa do empresário Edvan Amorim, líder de vários partidos, e mentor
do grupo de oposição no parlamento. “Eles querem derrotar o Estado. Edvan
Amorim está pouco se lixando para o Estado. Ele quer é travar uma disputa
pessoal com uma pessoa que inclusive está muito doente, que é o governador
Marcelo Déda”, disse Gualberto.
Tramitando na Casa há mais de um mês, o projeto do
empréstimo é considerado essencial para que o governo estadual possa realizar
investimento em várias áreas de atuação do poder púbico. O dinheiro, de acordo
com o projeto, servirá para construção de 11 mil casas populares, cinco escolas
de ensino profissionalizante, implantação do novo IML, além das estradas
Pirambu-Brejo Grande, Itabaiana-Itaporanga, Euclides Figueiredo, dentre outras
obras. Com isso, a meta é gerar 27 mil empregos diretos em Sergipe.
“Desses mais de R$ 700 milhões, cerca de R$ 140 milhões
servirão também para abater dívidas contraídas em 2003 e 2004, em outros
governos, cujos juros eram de 12% ao ano”, explicou Francisco Gualberto.
Segundo ele, atualmente o Estado tem capacidade de endividamento comprovada
pelo Tesouro Nacional e a rejeição do projeto mostra apenas que o grupo de
Amorim só pensa em inviabilizar o atual governo a qualquer custo.
Indignado com a rejeição do requerimento, Gualberto revelou
que a trama teve início na noite anterior, quando Amorim reuniu seus liderados
na sede da Ilha FM para deliberar sobre o assunto. “Não somos aquele pato bobo,
que morre afogado. A estratégia deles é derrotar o projeto do nosso governo
protelando o prazo para votação. Depois darão o discurso de que não eram
contra, apenas o prazo para contrair o empréstimo é que se esgotou”, afirmou o
líder governista.
Para Gualberto, está acontecendo um equívoco na política
local. Isso porque Edvan Amorim não tem legitimidade popular alguma, justamente
porque não tem mandato. “É um líder sem legitimidade política”, sustenta.
“Portanto, se Sergipe perder a oportunidade deste empréstimo, podem creditar
isso na conta da caderneta de Edvan Amorim. E com isso, eu lamento que Sergipe
esteja mudando de perfil para pior”, concluiu Francisco Gualberto.
Com a rejeição do pedido de urgência para apreciação e
votação do projeto, ficará a cargo da presidente da Assembleia, deputada
Angélica Guimarães (PSC), a inclusão da propositura na pauta de votação. O
prazo do governo federal para que os Estados deliberem sobre o pedido de
empréstimo se esgota em duas semanas
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