Por Max Augusto
Nesta
entrevista ao JORNAL DA CIDADE, o deputado federal e presidente estadual do
Partido dos Trabalhadores (PT), Rogério Carvalho, falou sobre o futuro do
partido em Sergipe. Rogério avalia que a sigla terá um bom resultado na eleição
deste ano, elegendo cerca de dez prefeitos. Sobre a sucessão do governador
Marcelo Déda, ele foi claro: hoje o candidato do grupo é o vice-governador
Jackson Barreto, mas não haverá imposição, a candidatura do grupo será
construída. O deputado também acha que o julgamento do mensalão não deverá
atrapalhar o desempenho do PT nas urnas. Leia a seguir.
JORNAL DA CIDADE – Como presidente do
PT, qual a avaliação que o senhor faz destas eleições? O partido sairá delas
mais forte?
Rogério Carvalho - Estamos
acompanhando de perto as eleições em todos os municípios onde o Partido dos
Trabalhadores está na disputa. Temos observado que algumas candidaturas estão
bem consolidadas, sendo que outras estão na disputa e há algumas com menor
viabilidade. Mas no geral, acreditamos que o PT deve eleger dez prefeitos, o
que equivale a um aumento de 30% em relação ao número atual de prefeituras que
comandamos. Essa é uma tendência de crescimento muito boa.
JC – Quantos candidatos a prefeito e
vice o PT possui em Sergipe? Existem boas perspectivas de vitórias para eles?
RC – Hoje nós temos 18 candidatos a prefeito e dez vice-prefeitos. Ao todo,
estamos na chapa majoritária em 27 cidades, somando prefeito e vices. Essa é
uma participação bastante razoável, por isso acho que o partido deve sair
fortalecido. Se crescermos em torno de 30%, como já falei, sairemos muito
fortalecidos, considerando que o PT não é um partido que cresce como o PSDB
cresceu durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ou como o
PMDB, em outros momentos.
JC – Mas o PT também não cresceu, após
chegar ao poder, com a eleição de Lula?
RC – Cresceu sim, mas de uma forma diferente.
Cresceu num ritmo mais lento. Em alguns outros partidos esse crescimento é
muito maior quando eles chegam ao poder. Em outras siglas é comum o grande
crescimento do número de prefeitos e de candidatos, em função da atração que o
Poder Executivo exerce. Mesmo durante os dois governos do presidente Lula,
continuamos crescendo na média história, que pretendemos manter em Sergipe,
após esta eleição. O partido geralmente cresce em torno de 20 a 30% em cada
eleição, e se conseguirmos manter isso, será uma boa marca. Essa é a nossa
expectativa, sair dos sete prefeitos para pelo menos dez.
JC – O fortalecimento do PT nestas
eleições municipais, com o aumento no número de prefeitos, fortalece a sigla e
aumenta a chances do PT lançar uma candidatura ao governo em 2014?
RC – Esse aumento no número de prefeitos fortalece o PT, e fortalece a participação
do partido na sucessão do governador Marcelo Déda, sem dúvida. Mas esse fato
não será definidor de candidaturas. Afinal, estamos construindo candidaturas e
não haverá imposição nenhuma. Até porque imposição é sinônimo de derrota. Vai
haver um processo de construção da candidatura para 2014, e hoje o nome do
vice-governador Jackson Barreto está muito bem posicionado. Hoje Jackson é o
nosso candidato.
JC – O julgamento do mensalão está
prejudicando as candidaturas petistas e dos seus aliados, em Sergipe e no
Brasil?
RC – Esse julgamento interfere sim na
imagem do partido, mas não creio que interfira nos resultados eleitorais,
porque existe uma complexidade maior do que a mídia tenta passar. Se fosse uma
campanha presidencial, avalio que haveria algum impacto. Mas estamos
vivenciando as eleições municipais, que possuem uma diversidade de interesses
locais que se sobrepõe a este tema, que transformam o debate sobre o mensalão
num tema insignificante. Em Santana do São Francisco, por exemplo, o discurso
não é o mensalão, assim como em outros locais. Em Tobias Barreto, por exemplo,
o que a população está avaliando é a qualidade da boa administração do prefeito
Dilson.
JC – O senhor falou que o mensalão não
irá interferir nas eleições, mas mexe na imagem do partido. Qual o impacto para
o PT, com toda essa exposição do julgamento do mensalão na mídia?
RC – Acredito que isso interfere na
imagem do partido, mas avalio também que a presidente Dilma está imune a tudo
isso e, por consequência, imuniza também o PT, em função do jeito como ela vem
conduzindo o partido. Dilma é um grande antídoto na tentativa da mídia de
desconstruir o PT, um partido que fez uma verdadeira revolução na área social,
no setor econômico, nas relações externas e várias outros setores. Dilma
conseguiu baixar os juros a patamares inimagináveis, realizou desonerações,
enfim, são muitos feitos importantes. O mensalão é uma tentativa de colocar uma
cortina sobre tudo o que o Brasil vem fazendo, conquistando.
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